Durante este mês da Consciência Negra, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) realiza a campanha De Olho Aberto para não Virar Escravo, como forma de conscientização sobre a versão contemporânea do trabalho análogo à escravidão no Brasil.
As vítimas dessa prática, que ocorre em todos os setores e com mais ênfase nas atividades rurais, continuam sendo pretos (16,8%) e pardos (65,8%), ou seja, negros (82,6%).
A predominância de negros entre as vítimas resgatadas teve como base os dados coletados entre 2016 e 2023. Indígenas representam 1,4% e amarelos, 0,4%. Neste período, mais de 12 mil pessoas foram resgatadas em todo o país.
PERFIL
Em um recorte sobre o perfil das vítimas, os dados mostram que a maior parte é do gênero masculino, com baixíssima escolaridade (34%), originários de estados do Nordeste (53%) e com idade entre 18 a 24 anos.
Os registros da CPT revelam que a cor da pele também é um fator determinante para tornar alguém mais suscetível no contexto do trabalho escravo contemporâneo, mesmo quando avaliado o recorte por gênero.
Embora as vítimas mulheres tenham aparecido em menor número (972, contra 10.349 homens), as mulheres negras correspondem a quase 80% do grupo (765).
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