A presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, pediu perdão pelos “erros e omissões” cometidos pelo tribunal durante a ditadura militar. O pedido de desculpas aconteceu na noite desse sábado (25), durante o ato conjunto na Catedral da Sé, centro de São Paulo, em memória aos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog.
“Estou presente neste ato ecumênico de 2025 para, na qualidade de presidente da Justiça Militar da União, pedir perdão a todos que tombaram, que sofreram, lutando pela liberdade do Brasil”, disse a magistrada. Vídeo neste link: www.youtube.
Ovacionada calorosamente pelo público, a juíza continuou seu discurso citando o nome de pessoas que foram perseguidas pela ditadura – algumas delas, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), estavam presentes no evento.
Maria Elizabeth é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do STM. Durante o evento na Catedral da Sé, ela se mostrou incisiva na defesa da democracia, e disse que “não podemos permitir que a ditadura retorne”.
MORTE DE HERZOG
O jornalista Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975, após se apresentar voluntariamente na sede do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), na rua Tutóia, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
Na época, o governo do regime militar divulgou uma foto do jornalista com um cinto amarrado ao pescoço, sugerindo um suposto suicídio.
Exames posteriores e depoimentos de testemunhas indicaram que o corpo de Herzog apresentava hematomas e outros sinais que não correspondiam a um enforcamento, mas sim a sessões de tortura.

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