A tradicional encenação da Paixão de Cristo, realizada na Sexta-feira Santa (18), em frente à Catedral de Santo Antônio, em Patos de Minas, repercutiu nas redes sociais e gerou uma grande polêmica envolvendo a celebração religiosa.
Este ano, a peça trouxe uma nova leitura da passagem bíblica, fazendo referência à destruição da natureza, em sintonia com a temática da Campanha da Fraternidade 2025: “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gênesis 1:31).
Apesar da proposta da campanha, promovida anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diversos comentários criticaram a abordagem adotada na apresentação. Fiéis afirmaram que a encenação teria inserido conteúdos considerados “fora de contexto”, com mensagens interpretadas como “ideológicas” e “políticas”.
“Envolver política em um dia tão importante foi decepcionante. A encenação fugiu completamente do que esperávamos”, criticou uma internauta. Outro comentário questionou a autorização da apresentação em uma cidade que, segundo o autor, é “sustentada predominantemente pelo agronegócio”, acusando a Igreja de ter se rendido a “ideologias esquerdistas”.
Diante da repercussão, o administrador paroquial da Catedral, padre Marcos Vinícius Magalhães Teixeira, divulgou uma nota de esclarecimento. Na mensagem, ele assumiu a responsabilidade pela apresentação e lamentou o fato da proposta ter sido mal interpretada.
“Sou patense, católico, filho e neto de agropecuaristas. O objetivo foi chamar a atenção para a destruição do meio ambiente, algo que também fere o Coração de Cristo”, explicou o sacerdote. O padre também reforçou que não houve qualquer citação a partidos políticos ou críticas diretas ao agronegócio. “Meu partido é o Evangelho”, afirmou ele.

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