Em La Paz, na Bolívia, um novo sabor surge em meio às garrafas de cervejas: a Coca Beer. Feita à base de folha de coca e produzida pela destilaria El Viejo Roble, a nova cerveja promete conquistar os consumidores locais. O lançamento acontece em meio aos esforços do governo boliviano para “desestigmatizar” a planta e legalizar sua exportação.
A destilaria já produzia outras bebidas alcóolicas feitas à base de coca e Adrián Álvarez, que dirige a empresa, garante que a folha irá incrementar o sabor da cerveja. “Cerveja pode ser uma bebida amarga, mas com o sabor doce que lhe damos com a coca, ela fica mais palatável”, obvervou ele.
Apesar do novo produto inusitado, a venda das bebidas produzidas pela destilaria se limita a feiras artesanais na Bolívia e no Peru, país vizinho, nações onde a folha é legalizada, desde que não seja para a produção de cocaína.
Narcótico
Para o resto do mundo, o martelo da Organização das Nações Unidas (ONU) bateu em desfavor à legalização da planta: uma convenção do órgão classifica a folha de coca como um narcótico.
De acordo com dados da ONU de 2022, a Bolívia — terceiro maior produtor de folha de coca e cocaína do mundo — possui cerca de 29 mil hectares de plantação de coca, dos quais 22 mil são legais.
Comércio
No Peru, o comércio da planta sustenta 70 mil cocaleiros — nome dado aos produtores da planta — e gera uma receita em torno de US$ 279 milhões anuais.
Dentro do comércio legal de coca, a folha é vendida para mastigação ou uso em cerimônias religiosas, por exemplo. Além disso, há o crescimento do consumo da folha para aliviar os efeitos da altitude do país, aumentando a resistência de quem ainda estiver se acostumando ao lugar.
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