A mineradora Nexa, que tem oito operações distribuídas entre Brasil e Peru e responde por 4% da produção mundial de zinco, já prepara o fim de suas atividades na cidade do noroeste mineiro, Vazante. Desde 2021, a empresa tem um plano pioneiro de descomissionamento anos antes do fim da vida útil de suas minas subterrâneas no município.
Por meio do projeto "Vazantes Mineiras", a empresa está preparando 80% de suas terras para uso sustentável pela comunidade no futuro. Segundo a Nexa, as iniciativas aliam inovação, pesquisa, turismo ecológico, entre outros.
Adriano Soares, gerente-geral de ESG, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Nexa, em entrevista durante a Exposibram, em Salvador (BA), na quarta-feira (29), disse que a empresa tem uma responsabilidade muito grande nesse contexto. "Enquanto o recurso mineral está disponível, a economia do município gira em torno do negócio, da mineração. Mas a gente sempre precisa lembrar que o minério é um recurso finito e a população precisa de outros meios", completou Soares.

Soares detalhou o projeto "Vazantes Mineiras"
A iniciativa de contribuir para o desenvolvimento econômico futuro do município, mesmo com o tempo de vida das minas estimado em oito anos, segundo cálculos atuais, vai além das obrigações legais. A ideia surgiu a partir de discussões internas nas revisões periódicas do plano de descomissionamento e levou em conta o DNA da Nexa de realizar parcerias e projetos que já visam à sustentabilidade e ao empreendedorismo local.
O ineditismo se deve ao fato de o projeto propor uma nova abordagem conceitual: a economia regenerativa, que potencializa a geração de renda, considerando a vocação, os costumes, características sociais e políticas econômicas já existentes na comunidade.
O projeto "Vazantes Mineiras" abrange um território de mais de 3 mil hectares da Nexa no município de Vazante, sendo 20% de área de mineração e 80% de áreas verdes. Neste espaço, encontram-se uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de aproximadamente 450 ha, onze áreas de Reserva Legal que somam 351 ha, e dezenove Áreas de Preservação Permanente, totalizando 282 ha. Essas áreas protegidas estão sendo utilizadas para pesquisas e atividades de turismo e educação ambiental. Para plantio e produção, está destinada uma área verde com cerca de 1,6 mil ha.

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