A expressão “estocar vento” ficou famosa após a ex-presidente Dilma Roussef (PT) utiliza-la em um discurso que fez na ONU, em 2015. Na época, muitos brasileiros questionaram a ideia de estocar um recurso natural intermitente como o vento. Veja vídeo abaixo:
Contudo, o discurso se referia a energia produzida pelas variações de vento — a chamada energia eólica — e não propriamente ao recurso. Depois de gerada, há grande dificuldade de armazenar o excedente da energia que não é utilizada.
Por ser uma fonte renovável e que não emite carbono, muitos países estão em busca de aumentar a produção de energia eólica. E, com isso, também procuram formas mais eficientes de “estocar vento”. Ou seja, simplesmente armazenar a eletricidade produzida para que ela possa ser utilizada em momentos sem vento.
Atualmente, a bateria de lítio é o método mais utilizado. Contudo, o mineral é um recurso limitado e poluente, geralmente sujo para extrair. Além disso, também se torna caro quando utilizado para armazenar energia por mais de quatro horas.
Prática adotada no Brasil
No Brasil, os principais estados que produzem energia eólicas são Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte. Em 2021, por exemplo, o governo do Rio Grande do Norte fechou uma parceria com a empresa EV Brasil para o desenvolvimento de um projeto de “armazenamento verde gravitacional de energia”.
Na prática, consiste em “estocar vento” utilizando blocos de concreto que são instalados nos parques eólicos. Então, empilhados a aproximadamente 120 metros de altura, eles criam um sistema de ioiô, que utiliza o vento para gerar energia gravitacional, armazenada em gerador.
Posteriormente, os blocos entram em movimento e transformam a gravidade em energia elétrica, utilizando o que foi estocado quando necessário.
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