Intelectuais e movimentos sociais que tradicionalmente apoiam o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm reclamado de o governo ter ignorado o marco do 60º aniversário da ditadura militar, neste domingo (31).
Na prática, o regime ditatorial foi instaurado no dia 1º de abril de 1964 e durou até 1985, ou seja, 21 anos, quando o Brasil passou por período violento, com práticas de censura, tortura, fechamento do Congresso Nacional, intervenção no Judiciário, fim das eleições diretas e repressão contra os opositores ou simplesmente críticos ao governo.
O distanciamento do governo, geralmente creditado ao ministro da Defesa, José Múcio, é quase unânime. Aliados e auxiliares admitem que o gesto "mais compatível" seria fazer um ato de repúdio, mas dizem que "não vale a briga".
Oficialmente, o Planalto não trata do assunto, mas o desestímulo por parte do presidente, que busca evitar tensões com os militares, foi confirmado por membros do governo.
Ministros evitam falar de uma imposição direta de Lula para que não haja manifestações, mas admitem que tampouco houve estímulos para debate sobre o marco.
A data foi celebrada com estardalhaço durante os quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que considera o golpe e a ditadura como uma “revolução cívico-militar”.
Vale lembrar que, antes da eleição de Bolsonaro, a data já havia deixado de ser celebrada pelos governos anteriores e as próprias Forças Armadas, que decidiram não mais exaltar os feitos do regime militar.
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